domingo, 2 de fevereiro de 2020

Hora de virar a página

Tem dias que eu sinto a maior falta disso aqui.
Pode ser antiquado, ultrapassado, afinal de contas, quem lê blog quando se tem Instagram e textos de minutos?
Porém, o que eu posso dizer? Eu sou velha. Repeti isso algumas vezes nos últimos meses e é verdade.
Eu escrevi o texto abaixo há mais de 1 ano e nunca publiquei. O motivo? Sabe Deus. Estava tão ocupada com tanta coisa que esqueci de fazer coisas que eu gosto. E tudo bem. Hora de virar a página e fazer diferente.
Então vamos ao que interessa?
A vida é feita de altos e baixos, não é mesmo? E a vida de músico é a mais maluca do que qualquer outra. Sério, é o que eu acho.
Rodar horas a fio, investir tempo, dinheiro e saúde para subir ao palco não é para qualquer um. Sacrificar a vida pessoal e algumas vezes a família é o preço da profissão.
Por outro lado, rende histórias e composições memoráveis. E foi em uma dessas composições memoráveis que surgiu a música tema dessa postagem, a "Turn the Page".
Escrita por Bob Seger em 1972 durante a turnê com Teegarden da dupla Teegarden & Van Winkle, lançada em 1973, ela narra a montanha russa da vida na estrada e dos momentos muito loucos que só quem é um viajante sabe, como a história dessa composição. Ele conta a história de ter parado em uma desses locais de descanso de caminhoneiros. Eles tinham viajado a noite toda durante um tempo horroroso e pararam para abastecer. Ouviram os caminhoneiros rindo, se perguntando se eles era "um homem ou uma mulher". Mais um dia comum na estrada antes de um show, porém, dessa vez veio a necessidade de descrever essas cenas em uma música. Cômico, se não fosse trágico.
A música rendeu inspirações à Jon Bon Jovi para compor Wanted Dead Or Alive (olhaí Alexandre Savoia) e para Bruce Springsten com a música Youngstown, mas na real a música tema dessa postagem é lembrada na célebre regravação do Metallica no álbum "Garage".
Graças a essa música, Metallica ficou no topo da parada Mainstream Rock durante 11 semanas em 1999.
Viver coisas loucas faz a gente ter história para contar. Para alguns rende um sucesso de quase meio século, uma música que é lembrada por grande parte dos apreciadores de rock. Além disso, lembra que muito embora o ocorrido de ontem, tem uma hora que é tempo de ir em frente e virar a página.

Onde você pode escutar a versão original:

Onde você pode escutar uma bela versão ao vivo do Metallica: 


quarta-feira, 7 de março de 2018

Através do universo


Daqui a pouco eu vou pedir música no Fantástico. Mas pouco importa, pois um sir é um sir, além do mais a música é um sucesso.

Sim, Elton John de novo. Fazer o que se o cara é uma máquina de hits.

Pegando ainda a "vibe" de falar do espaço (postagem que você confere nesse link aqui http://nemcincominutosguardados.blogspot.com.br/2018/01/eu-sempre-estive-em-casa.html?m=1), eu divido com vocês o que levou Sir Elton a escrever Rocket Man (I think it's going to be a long long time).

A música 'Rocket Man', que faz alusão ao lançamento da nave norte-americana Apollo 16, é baseada no conto "The Rocket Man", do livro The Illustrated Man, de Ray Bradbury e traz de volta o tema da música Space Oddity, que David Bowie compôs em 1969, mas isso é outra história. Pra agora vamos focar nessa aqui.

A letra da música teve participação de Bernie Taupin, amigo de longa data de John e ele descreve os sentimentos de um astronauta em Marte que deixou a família pelo trabalho. Cotidiano nosso de cada dia, não é?
Na verdade muita gente pensou que a composição teve como inspiraçao Bowie, o que não é verdade e ele veio a esclarecer posteriormente.


Com polêmica ou sem polêmica, a música foi um grande sucesso, se estabelecendo com o 2 lugar na Inglaterra e 6 dos Estados Unidos em 1972.

Aos amantes de Star Trek, vai uma dica das boas. Em 1978, a música foi declamada em forma de poema pelo famoso ator William Shatner, enquanto fumava um cigarro. Vale uma pesquisada no YouTube e um comentário depois, vai?

Pra hoje temos o universo, após um longo, longo, tempo.
Onde você pode ouvir: Honky Château , de 1972

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

E tem muito amor sim!

Não podia não falar da minha cidade bem no dia do aniversário dela.

Tem um mundo de músicas que falam de São Paulo. Umas falam bem, outras falam de como é morar aqui, outras falam das adversidades daqui.A música que eu escolhi provocou uma série de discussões sobre a cidade ter ou não amor. Eu mesma fiquei bem revoltada na primeira vez que li o título da música.

Ao escutar, tive a impressão de ver vários pontos estranhos da cidade, mas também a contradição, pois por mais “babilônica” que parecesse, ela mostrava a beleza e as peculiaridades dos cidadãos.

O Crioulo mesmo teve a oportunidade de explicar que não se tratava da falta de um amor romântico, mas sim da falta de amor da cidade para com os que moram aqui. E ainda bem que existe amor em SP, pois são esses cidadãos que são subjugados que trazem esperança e amor pra cá.

Pra entender melhor do que se trata a poesia dessa música, segue um trecho de uma entrevista do Crioulo, nascido e criado no Grajaú, explicando sobre essa bela música:

Não existe amor com o que a cidade faz com seus cidadãos. Mas todos os dias, os cidadãos da cidade de São Paulo estão levando amor, em todos os cantos. Para a sua comunidade, para os seus filhos, para os seus amigos, em suas pequenas ações políticas de dar um “bom dia” para uma pessoa, passando uma energia positiva para ela, até situações que mexam com cada peculiaridade de cada lugar da nossa cidade. Então essa canção é um grito pra valorizarmos o amor desses heróis anônimos que existem em cada canto da cidade, sobretudo nos extremos, que estão pregando a paz através de ações sociais, atividades políticas e artísticas. Hoje, mais do que nunca, nós vemos as cores nos muros, em todos os lugares que vamos nós vemos grafites belos, muitas frases fortes, remetendo à reflexão.

Eu vivo em uma cidade que é caótica, violenta, barulhenta, cheia de prédios e poluição. 
Por outro lado, eu vivo numa cidade onde você encontra QUALQUER coisa a QUALQUER hora do dia. É a cidade que nunca dorme. 
Ela recebe migrantes, imigrantes, seja para trabalhar, seja para se divertir. 

A grande verdade é que só quem é paulistano (por amor ou “de nascença”) entende a dinâmica da cidade, adora esse jeito caótico de viver e tem esperança que cada um possa trazer mais amor para SP, pois existe sim amor em SP.

Ouça aqui essa ode à São Paulo.
Você pode encontrar essa música no álbum Nó na Orelha, de 2013.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Eu sempre estive em casa

Cabou a mamata, chega de férias, bora trabalhar!
2018 começa e com ele as promessas de final de ano. Dica da semana: Já sabe as suas promessas né? Legal, agora tente cumprir. Batalhar por metas é bom para nossa realização pessoal, aquele sentimento de que consegue alcançar algo. No fim das contas, se tudo der errado, você sabe onde parou e como voltar.
E a música de hoje fala justamente sobre voltar para casa, para os seus, que sempre vão te dar apoio.
Jason Mraz (sim, ele não só fez a Lucky e a I’m Yours, na verdade ele tem alguns hits) escreveu uma música chamada 93 Million Miles. A referência aqui é a distância da terra para o sol. Na sequência, ele faz referência da distância entre a terra e a lua e nossa localização geográfica no sistema solar. Sabia dessa? Não? Nem eu! Viu? Esse blog também é cultura! 
Existem várias passagens com referências às jornadas que a gente percorre durante a vida e também àqueles que nos apoiam: nossos pais. 
O Jason Mraz explicou em uma entrevista o significado disso tudo
 “Eu queria criar uma música que reconhecesse que a casa é onde o coração está e cabe a você decidir”
Então para você que está muito longe de “casa”, que foi morar em outro país, estado ou mesmo está viajando o tempo todo, não importa onde você esteja no planeta, você pode chamar esse lugar de casa. 

Além disso, não importa o quão longe você está, se você sente que aí não é sua casa, então volte. Parafraseando a música, você pode sempre voltar para casa.
Onde você pode ouvir: Love is a four letter word - 2012

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Sobre verdades

Mais uma semaninha que se passa e hoje tem post para alegria geral da nação \o/

Para hoje temos uma história sobrenatural interessante, que resultou em uma composição do servo da rainha mais conhecido do mundo: Sir Elton John. Dispensa maiores apresentações, eu sei, mas não custa reforçar que cinco prêmios Grammy, cinco Brit Awards e é o único artista que até hoje conseguiu obter seis lançamentos consecutivos no primeiro lugar da Billboard #pegaessaentão
Fato que toda essa sensibilidade e talento se manifesta de maneiras, como dizer, um tanto obscura. Em uma entrevista, Elton disse que compôs a música “Song For Guy” em um domingo e ele imagina que estava flutuando no espaço, olhando seu corpo.
Ele escreveu essa música justamente pensando no que grande parte dos seres humanos teme ou tem curiosidade: a morte. Ele se sentia obcecado por esses pensamentos de morte e uma frase que se repete ao longo da canção: a vida não é tudo.
No dia seguinte, ele foi informado de que Guy Burchett, office boy da gravadora na qual ele trabalhava, com apenas 17 anos, tinha falecido tragicamente em um acidente de motocicleta no dia anterior. “Guy morreu no dia em que escrevi essa música”, relatou Elton.

Saíram algumas lendas – não comprovadas – sobre a morte de Guy e a composição dessa música. O fato é que talvez ele tenha tinha uma premonição do que viria pela frente ou uma triste coincidência, mas uma coisa é para se pensar com carinho: a vida terrena é muito curta.

A Single Man - 1978

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Que hino... que hino!

Para hoje temos um hino da resistência, da fênix que cada um tem dentro de si.

Composta no final dos anos 70 por Freddie Perren e Dino Fekaris, I Will Survive não era considerada uma boa aposta. Ela não tinha as características de uma música Disco, com vários vocais e recursos. Era algo mais “clean”.

Já a interprete da música, Gloria Gaynor, que estava vivenciando momentos difíceis, como a paralisia por conta de uma queda que teve durante uma apresentação e o falecimento recente de sua mãe. Temia por sua carreira e não sabia se teria seu contrato com a gravadora renovado. Os compositores da canção ligaram para ela certo dia e fizeram a pergunta do milhão: que tipo de música você quer para o lado B do seu disco? E ela respondeu: “uma que atinja o coração das pessoas e que seja importante para elas”.

Apresentaram então a melodia e ela gravou. E virou sucesso, hit, rendeu o único Grammy da música Disco e se perpetuou em outras tantas regravações em diversos idiomas (até em turco minha gente!). Glória ainda escreveu um livro chamado “We Will Survive”, no qual conta histórias de pessoas cuja vida mudou graças à canção.

Falando em atingir pessoas, a comunidade gay se apoderou da canção, fazendo-a um hino de resistência. As mulheres adotaram-na também, pelo viés de libertação e independência que a música oferece. Recentemente, 21 atores de Hollywood gravaram suas vozes para se manifestarem contra o então novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. E viva la revolución!


O início dessa música conta a história de uma pessoa que foi abandonada e dos dias de sofrimento que então se seguiram. Até aí, normal. A virada de chave que é o ponto alto da música: a volta por cima. Mostra que todo mundo é vulnerável, mas passa. E depois que passar, por favor, não perturbe. Nunca mais.

Versão da Gloria Gaynor, de 1979
Mas...
Eu gosto mesmo dessa versão aqui:
Pegada rock-revoltada-irônica (trocar o stupid por f*&¨% lock foi A sacada).

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Aleluia!

Tem história para contar? Tem!
Agradeço você que está aqui, firme e forte, lendo esse blog que criou pó, teia de aranha e outras coisas medonhas que a mente humana pode imaginar. Ele estava lá, no fundo da gaveta do armário do quartinho da bagunça, esperando seu momento de voltar a produzir.
Eu sou uma contadora de histórias, graças a Deus. Portanto, eu decidi que este blog vai virar um “Pokémon” e vai evoluir! A partir do próximo mês teremos um canal no Youtube e euzinha aqui farei uma resenha do que eu conto lá com detalhes. Tudo em prol de eternizar belas canções.
Mas além de contar o que muita gente quer saber, eu quero expressar o que eu penso sobre o tema da música. Como uma andorinha só não faz verão, eu conto com a colaboração dos leitores para uma discussão saudável.
Sem mais delongas, habemus postagem.
Aconteceu algo bem legal no dia de hoje. A empresa para qual trabalhou publicou uma matéria sobre dois cantores amadores: o Carlos e eu. 
O Carlos canta divinamente! Que orgulho estar na mesma matéria que ele! Preciso, inclusive, agradecê-lo, pois a inspiração da postagem de hoje partiu da música que ele cantou: uma versão de Hallelujah, de Leonard Cohen.
Se você por um acaso do destino não ouviu na trilha sonora de uma das centenas de produções para TV e cinema, por favor, pare o que está fazendo e vá ouvir. A música conta com inúmeras versões (em 2 anos somou 39 versões diferentes), levou anos para ser concluída, sendo a mais consagrada versão com 04 estrofes fixas e 03 adicionais, devidamente combinadas por quem canta. Inclusive, tem diversos intérpretes, o mais conhecido é Jeff Buckley. É emocionante o poder dessa música.
Pouco antes de falecer, o autor da obra disse que sentia que ela era reproduzida excessivamente. Temia a exaustão, mesmo sendo o ponto alto de seus shows. Em pensar que em seu lançamento em 1984 para o álbum Various Positions nenhuma crítica publicada na época sequer mencionou a canção. Para falar a verdade, nem a gravadora acreditava na música. Uma heresia!
Repleta de menções as histórias da bíblia, a música traz reflexão sobre o que você é, o que você sente, o que espera dessa vida (e porque não de outras vidas). Acreditar no que não faz sentido, no invisível... é um desabafo, um alívio, tão reconfortante como um grito de aleluia.

Onde ouvir: escolha a versão que te faça sentido, pelo cantor que fale com você. Se quiser a original, está no álbum Various Positions, de Leonard Cohen, 1984.